domingo, 24 de agosto de 2008

Charla com Antônio Olavo.

Encontramos a galeria. Uma pequena galeria em Salvador com uma livaria da editora. Nas estantes livros e dvds sobre Canudos e outros assuntos filhos e primos. Olavo, um baiano típico, boa gente, mestiço e magro. Calvo como eu. Jeito centrado e objetivo. Rodrigo e eu entramos na editora-livraria e o comprimentamos. Ele já nos esperava e estava bem curioso com o nosso projeto. Reparou no bloco de desenhos na mão de Rodrigo e já pediu para ver os desenhos. Não simpatizou com o jeito carrancudo dibujado. Rodrigo explicou que eram os seus primeiros estudos. Então, eu resolvi explicar a direção que seguiríamos. Antônio ouviu os detalhes e a deu sugestões. Nos apresentou a sua ótica sobre Canudos. Lá não se tratava de um local liderado por um louco, mas por um visionário. Esquecemos os detalhes místicos sobre Antônio Conselheiro e nos concentremos que são fatos da vida e não história, nada ali, em Canudos, foi premeditado, mas foi uma força de dizer basta ao que há de mais miserável na humanidade: O preconceito, uma luta de classe social, racismo, um distânciamento do que a ordem e progresso construiu depois. Eram um grupo de pessoas que buscavam um ideal de melhor vida no lugar mais distante possível. Busvam a sua terra prometida para serem todos iguais, sem escalas de pobreza e riqueza, mas sim de fraternidade. Uma utopia, sonhada utopia.
Nunca poderia dar certo.

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